Vinte estados do Brasil das regiões Norte, Nordeste e Sudeste e
mais o Distrito Federal sofreram um apagão de energia nesta terça-feira (15), a
partir das oito e meia da manhã.
Os estados que informaram a falta de energia foram: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
O Operador Nacional do Sistema (ONS) e o Ministério de Minas e Energia (MME) ainda não divulgaram a causa do incidente.
O coordenador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, disse ao G1 que a causa do apagão
deve ser operacional, pois não há um alerta pela seca, por exemplo, que pudesse
impactar a produção e distribuição de energia.
"Apesar do baixo nível de chuva, não estamos em uma
situação de seca extrema, principalmente na região Nordeste, que foi onde
começou o apagão", explicou.
Em nota a ONS confirmou "uma ocorrência na rede de operação
do Sistema Interligado Nacional interrompeu 16 mil MW de carga em estados do
Norte e Nordeste do Brasil. Estados do Sudeste também foram afetados". A
causa da queda é apurada e que a recomposição já foi iniciada em todas as
regiões e até às 9h16, 6 mil MW já foram recompostos.
Eletricitários avisaram que apagão poderia ocorrer após venda da
Eletrobras
Desde que a Eletrobras foi privatizada no ano passado pelo
governo anterior, apesar das denúncias de prejuízos aos cofres públicos com a venda
abaixo do preço de mercado, que os seus trabalhadores e trabalhadoras vêm
lutando contra os ataques da atual direção em seus direitos, além do desmonte
de setores fundamentais para o bom funcionamento da empresa e do atendimento à
população.
A possibilidade de um apagão foi por diversas vezes previsto
pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) que, inclusive, enviou
correspondência ao MME, à ONS e à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
“Ainda não sabemos exatamente a causa, mas a falta de pessoal
qualificado, após a dispensa de milhares de trabalhadores experientes, a não
reposição da mão de obra, os problemas com falta de equipamentos adequados e com
a visão da atual direção da Eletrobras em distribuir lucros aos acionistas em
detrimento dos investimentos necessários são responsáveis pelo apagão. Exemplos
já ocorrem como a explosão de um transformador de energia da Usina de Tucuruí,
no Pará e o apagão que deixou o Amapá às escuras”, diz Nailor Gato,
diretor da CNE, que trabalha na Eletronorte.
Em nota o CNE disse que a privatização da Eletrobras e demissões
"apagaram o Brasil. Diz trecho da nota: "Urge que o STF se pronuncie
sobre a ADI 7385 (poder de voto da União na Eletrobras), de maneira que o
Estado possa se manifestar e atuar nos atos de gestão da empresa em que mantem
quase 46% das ações. É inadmissível que a sociedade brasileira fique à mercê do
mercado financeiro, enquanto, a segurança nacional fica em segundo plano. A
reestatização de grandes empresas do setor de energia mundo afora, como a EDF
na França, dá o tom que o Brasil deve seguir, empresas de prestação de serviço
essencial devem ser valorizadas e estatais".
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