Projeto visa mudar o paradigma sobre o processo de envelhecimento e o verdadeiro valor dessa parcela da população
Quem não se lembra do triste caso de uma estudante universitária de Bauru, cidade no interior de São Paulo, que sofria preconceitos e deboches por estar na universidade aos 45 anos de idade?
No vídeo que viralizou na internet, suas colegas de classe falam que ela deveria “se aposentar” e lançam um quiz dizendo: “como desmatricular uma colega de sala”. “Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião”, diz uma das garotas.
Esse é apenas um exemplo de etarismo,
nome dado à intolerância e discriminação contra pessoas com mais idade. Esse
tipo de episódio acontece não apenas na educação, mas também na saúde e no
mercado de trabalho. Tanto que existe um Relatório Mundial sobre o assunto,
feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para combater esse preconceito, foi lançada nesta quarta-feira (27) a campanha "Quem disse que é tarde?", com a divulgação da canção de mesmo nome, composta por André Abujamra. O projeto, que conta com uma plataforma de entretenimento, visa mudar o paradigma sobre o processo de envelhecimento e o verdadeiro valor das pessoas com mais de 50 anos.
— A região latino americana é a que envelhece mais rápido no mundo, mas não estamos preparados para isso como sociedade, estado nem como sistema de saúde. Um dos fatores que mais interfere na saúde das pessoas mais velhas é o etarismo e o preconceito das pessoas em relação ao envelhecimento porque isso não permite que as pessoas continuem trabalhando e sendo produtivas. Depois dos 45 anos, a pessoa começa a ser considerada velha e muitas tem dificuldade de conseguir emprego ou se manter neles, o que leva a problemas financeiros que afetam toda a família — diz Arletty Pinel, idealizadora e coordenadora da campanha e presidente do comitê organizador do Fórum Iberoamericano de Economia Prateada.
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