Assembleia Legislativa do Maranhão

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Os 12 fatores de risco do Alzheimer

 

1. Hipertensão arterial.

É uma doença silenciosa: apenas cerca de 50% dos brasileiros sabem que têm pressão alta. Desses diagnosticados, somente metade faz tratamento.

— Atualmente, 38 milhões de brasileiros (ou 32% dos adultos) têm hipertensão. Essa condição aumenta a mortalidade geral em 72% em 10 anos. Entre 50 e 75 anos, a pressão arterial ligeiramente elevada já aumenta em 45% o risco de demência.

A mensagem é: meça a sua pressão regularmente, principalmente a partir dos 40 anos.

Uma maneira de prevenir a hipertensão é reduzir o consumo de sal. A dose diária recomendada é de até 5 gramas por dia: no Brasil, o consumo é de 12 gramas.

 

2. Baixa escolaridade

na infância. Quanto maior o número de anos estudados, maior a reserva cognitiva, ou seja, estudar (em qualquer idade) é um fator protetor para o cérebro.

— Segundo o estudo da USP, no Brasil, a baixa escolaridade foi o primeiro fator de risco na população mais pobre e entre os pretos. Na população mais rica e branca o primeiro fator de risco foi hipertensão, seguido de baixa escolaridade. Nos dois grupos, o terceiro fator foi deficiência auditiva.

A baixa escolaridade abrange os brasileiros que não completaram o ensino fundamental de nove anos até os 25 anos.

 

3. Deficiência auditiva

Está claramente associada à baixa reserva cognitiva (capacidade de resistência do cérebro a lesões).

—Não escutar direito gera o isolamento do idoso. Por outro lado, o uso de aparelho auditivo pode até reverter o declínio cognitivo.

O cuidado deve começar agora: evite usar fones de ouvido o tempo inteiro e fique atento ao volume. É importante, de tempos em tempos, fazer uma audiometria.

 

4. Obesidade

— Obesidade é doença. Existe uma grande confusão entre obesidade e perda de peso por estética. Pessoas obesas que emagreceram têm apenas 10% de chance de manter o peso perdido, principalmente se não usarem medicação. Precisamos trabalhar isso tanto no meio médico como com a população.

 

5. Diabetes

Existe uma grande subnotificação dos casos de diabetes: cerca de 50% das pessoas que têm a doença não sabem. Segundo a especialista, 9,4% dos brasileiros têm diabetes — e isso pode ser mudado.

— Se a pessoa percebe que a glicemia está alterando (principalmente relacionada ao diabetes tipo 2), é possível diminuir esses índices, através principalmente de uma conscientização em relação ao excesso de consumo de açúcar e carboidratos refinados.

 

6. Sedentarismo.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 47% dos brasileiros são sedentários. Entre os jovens, esse índice chega a 84%. Portanto, a hora de começar é agora, não importa a idade. A pessoa sempre vai ter os benefícios do exercício, principalmente em relação ao ganho de massa muscular.

As diretrizes recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica moderada por semana. Dá pouco mais de 20 minutos por dia, ou 30 minutos de caminhada esperta cinco dias por semana.

 

 

 

7. Tabagismo

14% dos casos de demência podem ser atribuídos ao tabagismo, não apenas cigarro: vape, rapé, tabaco, naguile.

— Há uma associação do fumo com a progressão do Alzheimer e piora de demência.

8. Consumo excessivo de álcool

Dados de 2021 do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, do Ministério da Saúde) mostram que 18,3% dos brasileiros se enquadram na categoria de bebedores abusivos (mulheres que bebel quatro ou mais doses e homens, cinco ou mais doses de bebida alcoólica em uma mesma ocasião). Entre as mulheres, houve aumento: de 7,8% de etilistas em 2006 para 12,7% em 2021.

—Acima de duas doses por dia há risco estabelecido de perdas cognitivas. Uma dose significa 14 gramas de álcool: 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho, 40 a 45 ml de destilados.

 

9. Depressão

Segundo a OMS, os casos de ansiedade e depressão no mundo aumentaram 25% após a pandemia. O Brasil é considerado o país mais ansioso do planeta e ocupa o 5º lugar em número de deprimidos.

— A depressão é considerada fator isolado de predisposição para o Alzheimer, com papel importante mesmo que o paciente não tenha nenhum dos outros fatores. Estudos mostraram que a cada 10 anos de depressão sem tratamento, 20% do cérebro degenera.

 

10. Isolamento social

É fator de risco indireto para a perda auditiva e para a neuroplasticidade, a capacidade do sistema nervoso central de adaptar-se e moldar-se a novas situações.

— O isolamento tem um papel absurdo para a progressão do Alzheimer. A interação social e o convívio regular com amigos e familiares é fundamental.

 

11. Poluição do ar.

Evite correr ou fazer esportes em locais de muito trânsito e cuidado com o fumo passivo. Busque, sempre que possível, estar em contato com a natureza.

 

12. Traumatismos cranianos

Pancadas na cabeça (em acidentes ou esportes, como futebol e boxe) podem causar lesão de massa encefálica, aumentando o risco de demência.

- Vale destacar o quanto é importante a prevenção da demência no Brasil frente a um estudo publicado por um grupo da Universidade de São Paulo (USP) em 2022. No mundo, os 12 fatores de risco para o Alzheimer são responsáveis por 40% dos casos de demência. No Brasil, o impacto dos fatores de risco é ainda maior: quase 50%.

A educação, a hipertensão e a perda auditiva deveriam ser alvos prioritários.

 

Extraído de artigo Angélica Banhara

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