Para as famílias de renda muito baixa: deflação. É o que
mostra o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente a setembro,
divulgado nesta terça-feira pelo instituto.
No acumulado do ano até setembro, as famílias de
renda muito baixa mantiveram a menor taxa de inflação (2,30%), enquanto a maior
variação ocorreu nos domicílios de renda alta (4,38%).
O principal alívio inflacionário em setembro veio,
mais uma vez, da deflação de “alimentos e bebidas”. Segundo o estudo, a queda
expressiva dos preços dos alimentos no domicílio pelo quarto mês consecutivo
possibilitou uma forte descompressão sobre os índices de inflação, sobretudo
para as famílias com renda mais baixa, devido ao peso desses itens em suas
cestas de consumo.
Entre os produtos que ficaram mais baratos em
setembro, aparecem o feijão (-7,6%), a farinha de trigo (-3,3%), a batata
(-10,4%), carnes (-2,9%), aves e ovos (-1,7%), o leite (-4,1%) e o óleo de soja
(-1,2%).
Já os reajustes de 1,0% nas tarifas de energia
elétrica e de 2,8% da gasolina fizeram dos grupos “habitação” e “transportes”
os principais focos de pressão inflacionária, em setembro, para todas as
classes de renda. No entanto, itens que pesam mais no orçamento dos segmentos
de maior poder aquisitivo também tiveram altas em setembro, como passagens
aéreas (13,5%) e transportes por aplicativo (4,6%). Para essas mesmas famílias,
os aumentos de 0,7% dos planos de saúde e de 0,5% dos itens e serviços de
recreação explicam o impacto dos grupos “saúde e cuidados pessoais” e “despesas
pessoais” sobre a inflação.
Como publicamos aqui no blog, a projeção dos economistas é que o subgrupo Alimentos no domicílio tenha deflação este ano. Segundo as contas do economista Fábio Romão, da LCA, será de -2,6%. Um alívio para as famílias de baixa renda já que, em 2022, Alimentos e Bebidas terminaram o ano com uma inflação de 13,2%.
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