Nas conversas com integrantes do governo e do Judiciário
sobre a escolha de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), Lula deixou claro que o “perfil político” do ministro da
Justiça teve peso na decisão.
O presidente sinalizou que, na sua visão, falta à
parte do Supremo uma leitura política mais aguçada e um conhecimento de como
funcionam os meandros do Congresso, o que prejudica as decisões de corte em
alguns temas.
Essa leitura de Lula não é de hoje. Em 2010, quando
quis indicar o ex-deputado e nome de confiança na área jurídica, Sigmaringa
Seixas, para a corte, o presidente já colocava isso na balança. O advogado só
não sentou na cadeira, porque não quis. O posto foi assumido por Dias Toffoli.
Com a Lava-Jato e a sua prisão, Lula reforçou a
ideia de ter alguém de perfil político na corte, até para intensificar o
diálogo do Judiciário com parlamentares.
Lula mostrou surpresa quando soube que Dino tinha
interesse em ir para o STF e, desde que teve conhecimento do desejo do ministro
da Justiça, o tratou como preferido para a vaga de Rosa Weber, segundo
integrantes do governo.
O presidente tinha dois problemas a resolver para
concretizar a indicação. O primeiro era ter a garantia de que o nome de Dino
passará na sabatina do Senado. Parlamentares relataram à coluna que isso já foi
pacificado em conversas de Lula com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e
com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre.
O segundo ponto segue em aberto, que é o nome para
suceder Dino em uma cadeira estratégica como a pasta da Justiça.
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