Por Lauro Jardim
Deu resultado o esforço que Lula fez nas últimas semanas para bater bumbo sobre as
ações do seu governo, com mais de uma viagem semanal aos estados inaugurando
obras, além de uma série de entrevistas para rádios e portais.
A avaliação do governo tem agora o seu melhor
resultado desde dezembro passado.
De acordo com uma pesquisa Quaest que está sendo divulgada hoje, a "avaliação geral do
governo" melhorou: entre maio e julho, passou de 33% para 36% o percentual
daqueles que a consideram "positiva"; enquanto o percentual dos que
avaliam o governo de forma "negativa" caiu de 33% para 30% no mesmo
período (a avaliação "regular" caiu marginalmente de 31% para 30%
entre maio e julho).
Lula retornou aos índices que havia conseguido em
dezembro (36% "positivo", 32% "regular" e 29%
"negativo"). Uma vitória de Lula, que neste ano só vinha recebendo
notícias ruins vindas das pesquisas. Não conseguiu ainda, porém, voltar aos
números que ele próprio alcançou em agosto do ano passado, seu melhor momento
neste terceiro mandato (42% "positivo", 29% "regular" e 24%
"negativo").
A Quaest entrevistou entre 5 e 8 de julho 2 mil
brasileiros acima de 16 anos em 120 cidades de todos os estados do país de
forma presencial. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou
para menos.
Também quando a Quaest perguntou sobre a
"aprovação do trabalho que o presidente Lula está fazendo", o
resultado mostra um viés de alta.
Em maio, esta mesma questão revelava um país
rachado ao meio: 50% aprovavam e 47% desaprovavam, um empate técnico
considerando a margem de erro. A distância em julho aumentou: agora, 54% dizem
que aprovam o "trabalho que Lula está fazendo" e 43%
desaprovam.
Novamente, Lula volta ao patamar registrado pela
Quaest em dezembro. Mas ainda está longe do seu auge, verificado em agosto,
quando 60% dos brasileiros diziam aprovar o seu trabalho (e 35% desaprovavam).
É interessante notar que neste ponto há uma
diferença gritante de percepção e de avaliação quando se bota o foco nas faixas
de renda mais baixa e mais alta. A aprovação de Lula entre os mais pobres
subiu; enquanto entre os mais ricos, caiu.
Aos números: entre maio e julho, foram os
brasileiros que recebem até dois salários- mínimos aqueles que aumentaram seu
grau de aprovação a Lula. Agora, nesta faixa salarial, 69% aprovam o petista
(eram 62% em maio). E apenas 26% desaprovam (eram 35% em maio).
Outra mudança a ser destacada diz respeito ao
Centro-Oeste que, nos últimos anos, tem sido um bastião do bolsonarismo. Na região,
Lula virou o jogo: em maio 52% dos entrevistados desaprovavam o governo (e 42%
aprovavam); agora, 53% aprovam e 42% desaprovam.
E entre os evangélicos, sempre uma dor de cabeça
para Lula? Também neste segmento, Lula melhorou sua posição. Não chega a ter
maioria de aprovação evangélica, mas sua rejeição cedeu: 52% desaprovam o seu
governo, contra 42% que aprovam. Mas em maio os números eram esses: 58%
desaprovavam e 39% aprovavam.
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