Assembleia Legislativa do Maranhão

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Fogo no Parquinho: Bolsonaro ataca Marçal e gera crise na extrema direita

 

Família Bolsonaro orquestra ataques a P. Marçal

Ao ordenar ataque a Marçal, Bolsonaro tenta manter controle da extrema direita

Até outro dia, Ricardo Nunes acreditou que a reeleição cairia em seu colo. O prefeito de São Paulo imaginava estar diante de um roteiro tranquilo. Sem rivais à direita, seria impulsionado pelo peso da máquina e pela rejeição a Guilherme Boulos, visto como radical pelo conservadorismo paulistano. Neste cenário, Nunes herdaria os votos bolsonaristas sem muito esforço. Nem precisaria fazer "arminha" com os dedos.

A pesquisa divulgada ontem pelo Datafolha mostra que o prefeito precisará recalcular a rota. Em duas semanas, o nanico Pablo Marçal subiu sete pontos, foi a 21% e passou a aparecer numericamente à frente de Nunes, que recuou para 19%. Boulos oscilou para cima e tem 23%. Os três candidatos estão em empate técnico, mas a situação do emedebista parece ser a mais complicada do trio.

Ex-vice de Bruno Covas, Nunes assumiu a prefeitura após a morte do tucano, no quinto mês de mandato. Teve mais de três anos para se tornar conhecido e construir uma imagem positiva. Até aqui, não conseguiu. Sua gestão é boa ou ótima para 25%, mesmo percentual que a define como ruim ou péssima. Quase metade (48%) crava razoável, o que sugere uma cidade indiferente ao alcaide de plantão.

Marçal já lidera a corrida na raia da extrema direita, que vibra com seu estilo rude e histriônico. Este público vê Nunes como um político convencional, um representante do sistema que o capitão diz combater. Em julho, o prefeito piscou para a turma ao insultar Boulos e entregar a vice a um policial bolsonarista. Não bastou, e ele agora será pressionado a radicalizar mais para não acabar fora do segundo turno.

Há apenas oito dias, Jair Bolsonaro disse que Nunes não era seu “candidato dos sonhos” e fez elogios a Marçal. Alguém o avisou do perigo, e ele passou a usar os filhos para torpedear o coach nas redes. A rusga pode definir quem comandará a ultradireita nos próximos ciclos eleitorais, com o capitão impedido de concorrer.

A campanha de Boulos mantém o discurso de que Marçal é problema para Nunes, que ficará cada mais refém de Bolsonaro. Mas a preocupação com o aventureiro também começa a aumentar na esquerda. O maior temor é que seu crescimento ganhe os contornos de uma onda, como a que levou João Doria à prefeitura em 2016.

 (artigo de O GLOBO)

 

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