A
inflação caiu 0,02% em agosto, ou seja, ficou zero. Como no ano passado a
taxa foi 0,23% no mesmo mês de agosto, houve uma queda na variação acumulada em
12 meses: estava em 4,50% em julho e agora ficou em 4,24%. Além da taxa em si,
uma boa notícia é a queda forte nos preços de alimentos: o recuo foi de 0,44%
no item alimentos e bebidas, mas quando você pega só alimentos no domicílio a
redução foi de 0,73%. Caíram os preços de tomate, cebola, batata, entre vários
outros produtos. Isso dá uma folga no orçamento das famílias.
Na avaliação de
alguns analistas, o fato de a inflação ter vindo abaixo do esperado e
"estruturalmente mais benigna", como classifica o economista Étore
Sanchez, da Ativa Investimentos, deixa em aberto para o Banco Central a
possibilidade de manutenção da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária
(Copom), marcada para a próxima semana.
Para o economista
Nicolas Borsoi, da Nova Futura Investimentos, "vai ser bem estranho o
Copom subir juros com essa melhora no IPCA. Provavelmente o IPCA vai fechar
abaixo do teto da meta este ano."
Mas
o fato é que a inflação continua muito próxima do teto da meta, que é de 3%,
com variação tolerável de 1,5% a 4,5%, e em setembro não é esperada a queda
verificada em agosto. Qualquer variação do IPCA acima de 0,23%, 0,25% pesa no
acumulado em 12 meses. Portanto, a pressão para aumento de taxa de juros
continua. Mas, bom, é a boa notícia do dia, inflação zero em agosto.
(Por Miriam Leitão)
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