Vendas subiram 31,5% de janeiro a agosto |
Com a melhora no
emprego e políticas como o Desenrola, que tirou do sufoco famílias endividadas,
a indústria de eletrodomésticos e aparelhos eletroportáteis está renovando o
otimismo para esse fim de ano, com a aproximação da Black Friday e do
Natal.
O movimento vem após
vendas históricas entre janeiro e agosto deste ano, quando foram
comercializadas 71 milhões de unidades, uma alta de 31,5% em relação a 2023, de
acordo com dados da Eletros, a associação dos fabricantes.
De olho no pagamento
do 13º salário dos trabalhadores formais, a expectativa da indústria é encerrar
2024 com avanço das vendas em torno de 15%. Para isso, diversos fabricantes,
como Samsung, LG, Philips Walita, Whirlpool e Semp TCL, estão aumentando
os estoques em até 50% em relação ao segundo semestre de 2023 e reforçando os
investimentos em logística.
A estratégia também
envolve uma ampliação das condições de parcelamento aos consumidores em
parceria com as redes varejistas.
— É uma recuperação
de perdas. O setor tem crescido nos últimos anos em torno de 3%, mas chegou a
fechar negativo — afirma Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros.
Os
percentuais de crescimento expressivo deste ano também são consequência da
comparação com um período ruim das redes varejistas. Muitas delas passaram por
crises severas nos últimos anos, como Americanas e Casas Bahia, e
precisaram renegociar dívidas.
Ar-condicionado na liderança
Para Fernando Bueno, CEO da Philips Walita na América Latina, o setor está em uma crescente de vendas. "Aumentamos nosso estoque em 50% este ano e investimos em melhorias na distribuição", revela.
Com as constantes
ondas de calor, o ar-condicionado lidera com folga a alta nas vendas, com
avanço de 69% entre janeiro e agosto, em relação ao mesmo período do ano
passado. Em seguida, aparecem os eletroportáteis (35%), com destaque para
ventiladores (123%) e purificadores de água (120%).
Na linha branca, as
geladeiras avançaram 20% e os fogões, 15%. Mas as apostas dos fabricantes vão
além, com novas máquinas de café, TVs conectadas de tela grande e fritadeiras
elétricas maiores.
Nascimento, da
Eletros, destaca o efeito do cenário macroeconômico:
— Com mais controle
do orçamento pelas famílias, inflação mais baixa, distribuição de renda e
políticas públicas para limpar o nome, você cria um ambiente favorável ao
consumo. Mas a elevação dos juros complica, porque a maioria dos nossos
produtos é vendida a prazo.
(O Globo)
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