O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta
quarta-feira que planeja assinar uma ordem executiva para instruir o Pentágono
a deter "imigrantes ilegais criminosos" na notória prisão militar da
Baía de Guantánamo, usada para manter presos suspeitos de terrorismo desde os
ataques de 11 de setembro de 2001. A declaração ocorreu enquanto o presidente
assinava a Lei Laken Riley, que trata da detenção e possível deportação
de pessoas em situação irregular no país, caso sejam acusadas de roubo e outros
crimes violentos.
— Temos 30
mil leitos em Guantánamo para deter os piores criminosos ilegais que ameaçam o
povo americano — disse Trump na Casa Branca. — Alguns deles são tão ruins que
nem confiamos nos países para mantê-los porque não queremos que eles voltem,
então vamos mandá-los para Guantánamo.
Mais cedo,
a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, já havia afirmado que o governo
Trump considerava usar a prisão para tal finalidade.
Fundada em
2002, a prisão localizada em uma baía de Cuba é amplamente denunciada por
agências internacionais por ser o destino de pessoas apresentadas pelos EUA
como integrantes de grupos terroristas, que ficaram custodiadas ali sem nunca
terem sido submetidas a julgamentos formais ou decretação de mandatos de
prisão.
Algumas
associações denunciam o tratamento que recebem, com base em testemunhos que
asseguram que os migrantes são monitorizados quando chamam um advogado, são
obrigados a usar óculos escuros durante o transporte e as instalações estão
cheias de ratos devido às deploráveis condições de higiene.
A prisão
também tem uma instalação separada para o processamento de migrantes, que o
governo Joe Biden utilizou para processar alguns solicitantes de asilo. Tanto
Biden, quando Barack Obama prometeram fechar a instalação, mas nenhum deles o
fez durante os seus mandatos.
(O Globo)
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