A política de
taxação dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, adotada e anunciada pelo
presidente Donald Trump a todo momento, já afetou o Brasil. A tarifa de 20% na
importação do aço, adotada em 12 de março, ainda não teve tempo para ser
suficiente medida, mas pode causar um prejuízo de até R$ 8,7 bilhões —pouco se
comparado ao restante do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, mas que não
deixa de ser relevante.
Porém, o
"tarifaço" previsto a partir do dia 2 de abril pode fazer o Brasil
sentir um pouco mais os efeitos da "mão pesada" de Trump, ainda que
tente negociar por vias diplomáticas um arrefecimento das medidas.
lista de produtos
que já foram ou podem ser taxados por Trump e que afetam o país:
Aço e alumínio: valendo desde 12
de março, total de 25%. Afeta o Brasil principalmente pelo aço. Como já
relatado na reportagem, conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
estimativa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o prejuízo pode
ficar na casa de RS 8,7 bilhões.
Cobre: sem data oficial.
Em 25 de fevereiro, Trump pediu para para a secretaria de Comércio avaliar
quanto os EUA pagam pelo cobre importado, para avaliar uma tarifa. A situação
pode afetar indiretamente as exportações brasileiras devido ao crescimento mais
lento de países como Chile e México. O Brasil exporta pouco desse metal aos
EUA, então é provável que o efeito direto da taxa não seja tão relevante.
Etanol: pode entrar no
pacote de 2 de abril. O presidente americano já havia falado claramente do
exemplo do combustível, que tem uma taxa de importação cobrada pelo Brasil
(18%) maior (2,5% dos EUA). Previsão é que a taxa seja, pelo menos, igualada.
Apesar da medida, especialistas ouvidos pelo UOL não acreditam em impacto
significativo.
Polietileno - um tipo de
plástico: não há informação oficial. A suspeita é porque o Brasil cobra hoje
20% de taxa de importação, mas o valor pode subir para 41% após uma
investigação antidumping promovida pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio).
Toras, chapas de
madeira e derivados: ainda sem data. Em 1º de março, a Secretaria de Comércio começou a
avaliar as taxas de importação de toras e chapas de madeira. Caso haja uma
taxação, Brasil pode ser levemente impactado, já que a exportação desses
produtos aos EUA não é significativa.
Semicondutores: ainda sem data.
Mesmo com investimentos, Brasil mais importa que exporta esse produto, sendo
ainda dependente do mercado exterior.
Produtos
farmacêuticos: ainda sem data. Quando falou dos semicondutores, Trump disse que
também pretendia avaliar taxas para produtos farmacêuticos, mas não houve uma
comunicação oficial dessa possibilidade. Pode afetar indiretamente o Brasil.
Retaliação por
negociação com Venezuela: ainda na ameaça. Embora o Brasil importe principalmente energia da
Venezuela, o impacto direto dessa medida sobre o país é considerado limitado.
Carros e peças de
automóveis: válida a
partir de 2 de abril. Brasil pode ser impactado com decisão, mesmo que o
objetivo principal da medida seja atingir México, Canadá e Europa.
Produtos agrícolas: válida a partir
de 2 de abril, mas ainda não há uma lista de quais produtos serão taxados.
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